segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PROG, o BRUCTUM 1

Tonho, de pé, ao lado do computador, fixa na minha direção a sua. Meio inclinado para a frente, cruza os braços no peito, talvez mesmo para se apoiar sua inclinação. Noto sempre como ele conta com um domínio físico, tanto que no palco, e na rua como quando os conheci,parecer, de forma bela, com um Frankstein. Assim, sua cabeça avança um pouco, à frente, à minha frente. Estou sentado no sofá achando que a elegia a Leilane Neubarth está de bom tamanho e que valeu aquela madrugada em que a digitei com muita, muita dor de cabeça.
Na minha sala fica a escrivaninha e o computador.E no quarto ao lado a estante, o guarda roupa, a cama e o abajur. A este sofá, e para mim, Tonho se dirige com sorriso se ensaiando,a se expandir, sem que se desperdiçasse, mesmo que Tonho parecesse não estar muito preocupado com desperdício, neste momento, pelo menos. Porque no palco ele procura uma precisão de movimento.
Que importante foi vê-lo assim. Bem chão e PROG,por se montar de um Bructum de coisas.Sem palavras, não sei como, caminhou até mim. Era perto, eu estava sentado perto, à frente do computador. Como se sugeriria passos em tão pouco espaço? Nâo deixo de ficar atônito!
Tônia, sentada à cadeira, frente ao computador,cadeira que quase se encostava ao meu joelho,sentado no sofá, estendeu sua cabeça para trás, torceu-se e, com visível esforço, vira o rosto para mim que estou sentado, ali, atrás, vendo aquela torção artesanal. Uma bailarina e acróbata PROG, sem dúvida.
Na cadeira, onde lera PROG, o BRUCTUM na internet, ela escancarava sua boca, não sei. Não sei porque gostaram tanto, quer dizer fiz uma idéia.Acho que não foi só para me agradar...teriam localizado algo que os interessou? Ah
Que vontade de agitar as mãos eu estava! Seria perfeito para comemorarmos estar os três, juntos, nesta manhã de um sol exclamativo. Ao invés de pensar o texto para o ensaio que continua hoje!É porque o outro quadro não está. Não está. Definido.O quadro seguinte.
Cara, Tonho me disse. Deu um passo e pegou nos meus ombros. Quis me levantar, como se fosse chamado para tal atitude. Pareceu. Ele se apóia nos meus ombros, com força de suas mãos os aperta. E apoiou-se nos meus ombros para impulsionar-se igual como quando abria Semi Esforço, ao início, quando apoiava as mãos nas coxas e se curvava um pouco para virar-se da frente da platéia, ao lado de Tonha, e se posicionar de frente para o fundo do palco.
Se impulsionou segurando em meus ombros e caiu para trás, no sofá! Nunca vi! Sentou-se ao meu lado,os pés quase me tocaram. Pés absolutamente PROG no ar.
Estava de calças indigo, como sempre, e a camiseta azul, seu bracelete de sempre, também, e pôs o dedo dobrado entre os dentes, rindo . Nâo sabe o que acho...disse, rindo para dentro. E aliás, continuou...é isso! Você pega uma destas imagens de tv, e a torna uma... radicalidade outra. Um Ser que se dirige para...uma fábula! É como nós fazemos! Hein Tônia? Animais!
Ao Tonho se entusiasmar assim, a ponto de falar isso depois de jogar-se, de costas, no sofá, me deixou cheio de impressões novas sobre ele. Nunca o tinha visto desta forma. Era como se estivesse começando algo.
Tônia tinha ido à janela, mãos apoiadas no parapeito disse que eu tinha razão. A janela era tranquila.
Tem muitos textos no BRUCTUM, o PROG, mas não disse, muito na minha. Afinal eram uma atitude urdida há muito tempo. Muito tempo de procura de seriedade, e bem de escrever.
Os textos jornalísticos eram uma coisa, tudo que tinha a ver com a matéria real era dito. Era dito. Mas outras incursôes, como neste BRUCTUM, o PROG, me deixavam procurando uma firmeza de um ponto de vista outro.Pessoal e fabuloso.

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