sexta-feira, 30 de maio de 2008

TODOS OS BARULHOS DA RUA

TÔNIA, PERFORMER, VAI À REDAÇÂO DO JORNAL

Tonho e Tônia vinham pelo Jardim Botânico rumo à redação do jornal de bairro onde Dilermando trabalha. E eu trabalho continuamente para dizer quem é ele; mas e quanto à reação provocada pela crítica de DILERMANDO às perfomances deles, à céu aberto outra noite, num restaurante cheio de expressões e explosões cariocas? O que pensou-se quando se lia (na crônica de segunda-feira chamada BRUCTUM)que quando Tonho e Tônia,lá, com roupas nordestinas e surf wear diziam palavras como " multiplicidade" " registro" e outras,meio acadêmicas? O público espanta-se com conceitos, categorias como " eu","sociedade", " lazer" que eles emitiam perguntava ao final do texto para o leitor do jornal em que trabalha.É.
Acho que Tônia deve ter pego o jornal de bairro na soleira da porta numa manhã em seu pequeno apartamento e lhe veio a idéia de convidar Dilermando para escrever o mini-espetáculo. "Talvez ele possa nos sustentar textualmente" diz para Tonho uma Tônia que irá atrás de patrocínio e pesquisará salas de espetáculos. Vinham pela rua JArdim Botânico.E Carlos Minc assumia um ministério.
Lá foi ela subir à redação,só. Economicamente. Tonho na calçada olhava para o trãnsito e Tocava em coisas no seu bolso.Vieram pela rua JArdim Botãnico,e chegaram ao Largo dos Leões, perto da redação do jornal de bairro. Perto do Cristo Redentor.
Jà à mesa de Dilermando, tentanto a escrita da crônica para amanhã, Tônia elogia seu jornalismo laborioso ( o que me fez levantar a cabeça); pergunta se eu não podia elaborar contemplações para serem encenadas num teatro. "Para nós, cariocas desordenados". "Contemplações para que outros ouçam o que é dito baixo, vistas de cadeiras reservadas ", imaginado pelas letras", "uma, assim, História curiosa como nos vem à cabeça agitada"... e dizia assim e mais ..."cenas sem importância, só de detalhes...", "um texto de palavrões e poesia, pronto Dilermando !"...
DIlemando se levantou, olhou para ela e abriu um pouco a cortina da janela. Seus olhos abertos num dia alaranjado.

TODO UM TEMPO DE UM MUNDO

Deixa a cortina que dá para a rua e Tõnia já pausa fotos de Helena Ignez em Copacabana, Mon Amoursobre a mesa.
- A construção textual pode ser tua, seu laborioso!" gesto súbito e um sorriso chamam a atenção dos colegas jornalistas perto; então, na mesa onde está o pc e todo um material que recebo pensei na luminosidade do sol sobre Tonho lá fora. Vai à janela de novo, e é pego por visão como se estivesse atingido por uma lufada de vento ao Tônia repetir" A estrutura, Dilermando". A estrutura? Logo franze o senho, inclina a cabeça de forma enfática para falar aos olhos de Tônia:
-Pode ser, Tônia.E olha para a foto de Helena Ignez . Bom. Preciso de tempo para pensar,mais que tempo. Conversamos mais depois. Estou pensando no nome da crônica de manhã.
Volta a digitar, mexendo os pés dentro dos sapatos e entreabre, num intervalo, os lábios e há menção de meneio de cabeça confirmando o encontro proposto por ela para mais tarde enquanto escolhe um título para aquela crônica,BRUCTUM, sobre todos os barulhos do dia. E não vai imeditamente à janela para seguir, olhar longamente Tonho e Tônia que andam nesta quarta-feira, véspera de um feriadão, pela rua JArdim Botânico.Fica a cortina atingida pelo vento.

DILERMANDO ACOLHE A IDÈIA

Beberam cerveja.